A luz do despertador

Marcos 5.27-28 “Quando ouviu falar de Jesus, chegou por trás dele, no meio da multidão, e tocou em seu manto, porque pensava: Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada”.

Lembro quando meu pai comprou um despertador que fazia um imenso barulho. Ele ficava na sala, mas do quarto podíamos ouvir o seu “tic-tac” a noite inteira. Para falar a verdade aquele barulhinho até embalava o nosso sono. Mas o que nos encantava mesmo é que no escuro os seus ponteiros ficavam luminosos. Para nós era uma atração irresistível. Como é que ele podia irradiar aquela luz? A Bíblia nos fala também de uma mulher discriminada por causa de um fluxo de sangue e que vivia no escuro. Seu mundo era escuro. Sozinho. Sem ajuda.

Enquanto Jesus seguia seu caminho sendo comprimido por uma grande multidão: “E estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia. Ela padecera muito sob o cuidado de vários médicos e gastara tudo o que tinha, mas, em vez de melhorar, piorava” (Marcos 5.25-26). Só tristeza! Doze anos de sofrimento. Muito padecimento. Vários médicos. Gastara tudo. Piorava. Esse era o quadro desolador daquela mulher. Talvez o nosso também esteja assim. Estamos no sofrimento há vários anos e nada muda. Não temos mais esperança. Não temos a quem recorrer.

Para aquela mulher também não restava mais nada. Talvez uma última oração e o fim. No escuro uma luz se acendeu. Brilhou forte. Jesus. Ele estava passando por ali. Por que não tentar? Mas, como chegar perto? Ela era discriminada. Não podia se aproximar de ninguém. Ela pensava: “Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada” (Marcos 5.28). Era uma decisão arriscada. Como tocar em Jesus sem tocar em outras pessoas? Poderia até morrer: não tinha dinheiro, nem prestígio, nem amigos, nem influência.

A única coisa que tinha era esperança e fé. Mas estava sozinha. Como quando naquela vez em que você entrou numa igreja e ficou bem lá no fundo. Achava que todos que estavam à frente eram pessoas tão puras, tão limpas, tão merecedoras de cura e você não. “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mateus 9.12). Você, como aquela mulher também estava doente. Mas, ela tinha esperança. Tinha fé. Certeza de que bastaria tocar no manto de Jesus e seria curada.

Se ela tocasse uma luz se acenderia e ela sairia das trevas. É o que Jesus faz. Aquele que criou tudo ainda envia uma luz às sombras e acaba com elas. “Bem aventurados os que choram, pois serão consolados” (Mateus 5.4). Os que choram porque se sentem arrependidos, são os que Jesus diz que serão mais que felizes. Talvez isso esteja acontecendo conosco. A luz fugiu de nós. Estávamos num lugar de escuridão. Não será a luz do despertador que nos tirará das trevas, mas uma luz muito especial: Jesus!

Caminhando na certeza de que Jesus está conosco. Amém!

por Antonia Vieira de Lima Oliveira