REFORMADOS PARA GLORIFICAR A DEUS

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus.” — Efésios 2:8

Há 108 anos, mais especificamente no dia 31 de outubro, ocorreu um movimento que influenciou não apenas a história da Igreja, mas também a forma como o ser humano se relacionava com Deus: a Reforma Protestante. Mais do que uma ruptura religiosa, a Reforma foi um chamado divino à restauração do Evangelho, um convite para que os cristãos voltassem ao centro da fé: Jesus Cristo. Nesse sentido, Martinho Lutero e os demais reformadores procuraram resgatar a verdade que havia sido ofuscada por tradições humanas. Foi um movimento de coragem, oração e submissão à Palavra — um ato de fé que mudou o curso da história e reacendeu a chama do amor por Deus e pelas Escrituras.

A Reforma se fundamentava em cinco princípios que continuam sendo imprescindíveis para a igreja de Cristo: Sola Scriptura (somente a Escritura), Sola Fide (somente a fé), Sola Gratia (somente a graça), Solus Christus (somente Cristo) e Soli Deo Gloria (somente a Deus a glória). Esses pilares resumem o Evangelho em sua essência. A saber: a Bíblia é a autoridade suprema para o crente; a fé é o meio pelo qual recebemos a salvação; a graça é o favor imerecido que nos alcança; Cristo é o único mediador entre Deus e os homens; e tudo o que fazemos deve apontar unicamente para a glória de Deus.

Mas a Reforma não é apenas uma lembrança do passado — ela é um movimento contínuo do Espírito Santo no coração da igreja e de cada cristão. Ser “reformado” é permitir que Deus transforme nossos pensamentos, atitudes e desejos. É, portanto, reconhecer que todos os dias precisamos ser moldados pela Palavra e purificados pela graça. A verdadeira reforma acontece quando um coração endurecido se dobra diante de Deus, quando a arrogância cede lugar ao arrependimento, e quando a fé se torna o eixo de todas as decisões da vida.

Nos dias atuais, vivemos em meio a muitas vozes, ideologias e opiniões. Nesse sentido, a tentação de moldar o Evangelho às preferências humanas é real. Por isso, o chamado da Reforma continua ecoando: “Voltem à Palavra!”. Precisamos de cristãos que examinem as Escrituras com amor, que busquem conhecer a vontade de Deus antes de seguir o que o mundo oferece. Assim como Lutero se levantou em meio à confusão espiritual de seu tempo, nós também somos chamados a permanecer firmes na verdade, mesmo quando ela for impopular.

A Reforma nos ajuda a lembrar que a fé cristã é viva, dinâmica e transformadora. É reconhecer que Deus continua levantando homens e mulheres dispostos a viver pela fé, sustentados pela graça e guiados pela Escritura. E é reafirmar que tudo o que temos e somos deve glorificar unicamente o Senhor.

Por isso, que hoje o Espírito Santo renove em nós o mesmo fervor que moveu os reformadores. Que sejamos cristãos comprometidos com a verdade, sensíveis à graça e apaixonados pela presença de Deus. Que cada palavra, atitude e escolha nossa reflita a antiga, mas sempre atual, confissão da fé reformada: “Soli Deo Gloria” — A Deus somente toda a glória!

No Senhor, o Deus de toda a graça que reforma a nossa vida para a sua glória,

Cláudia.