Vale a pena viver

Gênesis 29.31 “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril”.

Há fatos em nossa vida, ocorridos na infância que nos marcam para a vida toda. Às vezes são lembranças felizes, mas na maioria são lembranças tristes. O pior, as tristes são as que mais marcam, porque deixam feridas. Quantos apelidos. Quantos risos e deboches. Quantas comparações infelizes. Isso faz com que a criança cresça sentindo-se inferior ou até mesmo culpada. Culpada de que? Culpada de não fazer parte do “normal”. Mas o que é o normal? Na sociedade em que vivemos normal é ser de pele clara, Bonita, cheirosa, uma miss ou mister em miniatura. E nós “pobres mortais” que somos mais baixinhos, de pele mais escura, usando óculos, como ficamos?

A Bíblia Sagrada nos conta a estória de Lia e Raquel. Filhas de Labão. Lia, a mais velha tinha os olhos baços, ou seja, sem brilho. Não tinha nada de bonito, era mesmo bem feia. Raquel, a mais nova era formosa tanto no porte como no semblante. Possuía uma beleza sem igual que encantava a todos. E encantou Jacó que assim que a viu se apaixonou por ela. Jacó se dispôs a trabalhar sete anos de graça para seu pai em troca da mão dela. Jacó contava nos dedos os dias se passarem para ficar com sua doce amada. Mas Labão muito esperto pensou: “Como posso casar minha filha mais nova e deixar a mais velha”? Ele então trocou as filhas e entregou Lia a Jacó. E eles coabitaram, isto é dormiram juntos. Ao amanhecer Jacó viu que era Lia e não Raquel que estava com ele. Então disse a Labão: “Que é isso que me fizeste? Não te servi eu por amor a Raquel? Por que, pois me enganaste? Respondeu-lhe Labão: Não se faz assim em nossa terra, dar-se a mais nova antes da primogênita” (Gênesis 29.25-26).

Depois de uma semana Labão deu-lhe também Raquel por mulher, em troca de mais sete anos de trabalho. Jacó preferia Raquel e Lia sentia-se desprezada. Era a esposa feia, sem graça. Mas o Senhor teve pena dela porque chorava pelos cantos da casa se sentindo inferior e Ele a fez fecunda, ao passo que Raquel era estéril. Lia engravidou e deu à luz a um filho e lhe chamou Rúben. Lia sempre esperava que teria o amor do marido por aquele filho que havia lhe dado. E assim foi o que ocorreu com todos os outros filhos: Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulon e Diná. Deus fez também Raquel fecunda e lhe deu como filho José.

Lia, a desprezada, a feia deu à luz a Judá, quarto filho dela e de Jacó e que quer dizer “louvado”. Judá faz parte da genealogia de Jesus. Ele é o “Leão de Judá”, Jesus Cristo o Rei da Glória! Por isso por mais que sejamos desprezados em alguma fase da nossa vida, Deus reconhece o nosso valor. Todos nós temos algum valor. Abramos nosso coração a Deus. Só Ele pode curar todas nossas feridas. Vale a pena viver!

Na paz Dele!

Antonia Vieira de Lima Oliveira