Jesus sonolento
- Missão Atos 4

- 6 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Certo dia Jesus disse aos seus discípulos: “Vamos para o outro lado do lago”. Eles entraram num barco e partiram. Enquanto navegavam, ele adormeceu. Abateu-se sobre o lago um forte vendaval, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam grande perigo. Os discípulos foram acordá-lo, clamando: “Mestre, Mestre, vamos morrer! ” Ele se levantou e repreendeu o vento e a violência das águas; tudo se acalmou e ficou tranqüilo. “Onde está a sua fé? “, perguntou ele aos seus discípulos. Amedrontados e admirados, eles perguntaram uns aos outros: “Quem é este que até aos ventos e às águas dá ordens, e eles lhe obedecem? ” Lucas 8:22-25
A tempestade na visão dos tripulantes:
As trevas compunham o plano de fundo de nossa história. O céu estava escuro e nuvens mal intencionadas rondavam o lugar, víamos raios cortando o horizonte e trovões que sacudiam o barco com seus graves sons. A chuva batia tão forte que chegava a doer. Não maior que o medo de naufragar, era o sentimento de impotência diante de um mar revolto e incontrolavelmente superior a nossa vontade.
O vento soprava tão forte que tornava impossível controlar a embarcação, que parecia a cada instante mais e mais enfadada a sucumbir e ser tragada pelo intolerável mar arredio. As ondas estouravam no convés, cada vez com mais violência e agressividade. Alguns diziam que o mar estava demoníaco e impiedoso, o medo tomava conta dos olhos de todos os tripulantes, não havia mais esperanças em seus corações. O som da morte se confundia com os gritos de apavoro e aparente abandono. Mas algo contrastava com tudo isso, o som do silêncio daquele que dormia aparentemente alheio a toda aquela situação.
Não conseguia entender como Ele podia continuar em seu sono tranqüilo, será que não se importava com a irremediável morte de todos ali?
…
A tempestade na visão de Jesus:
Quando o mundo ainda estava em trevas, Eu trouxe a luz. Aquela escuridão para mim era tão comum quanto um dia ensolarado. Os raios e os trovões que ouvia faziam lembrar-me do esplendor da criação. A chuva batia no casco do navio, podia eu ouvi-las e apreciá-las, afinal, tudo era fruto de minhas mãos. O mar mostrava toda a sua força, também pudera, ele foi criado para ser assim também.
O vento soprava de todos os lados, assim como o vento do Espírito que não se pode dizer de onde vem e para onde vai. Nada disso me surpreendia, nada me chamava mais a atenção do que a falta de fé daqueles pobres homens.
Será que eles ainda não puderam entender que as ondas sempre atendem ao meu mandar? Será que o medo cegou os seus corações a ponto de esquecer de que, mesmo dormindo, Eu estou no barco?
Este texto ensina uma grande verdade para todos nós. Mesmo em meio as tribulações de nossas vidas, devemos lembrar que o Senhor nunca nos abandonará, Ele mesmo prometeu isso. O silêncio divino não significa descaso ou abandono, mas um convite a experimentarmos nossa fé naquele que dá ordens ao vento, as ondas e a tudo que existe.
por Ricardo Rodrigues







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