Proatividade Cristã

“Alguns, todavia, zombavam deles e diziam: "Eles beberam vinho demais". Então Pedro levantou-se com os Onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão: "Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto! Ouçam com atenção:” Atos 2:13,14

Podem dizer muitas coisas sobre Pedro, antes e depois de sua real conversão, mas o que não se pode negar é que o sujeito tinha iniciativa. Seja de forma correta, ou muitas vezes equivocada, Pedro se antecipava aos outros para defender aquilo que lhe parecia certo. Era um judeu radical, lutava por seus ideais mesmo sendo simples.

Às vezes nos lembramos apenas das gafes e erros desse discípulo, mas gostaria de chamar sua atenção a uma característica peculiar que faz falta hoje em meio aos cristãos, a proatividade.

Segundo o dicionário informal, “proatividade é a capacidade de fazer com que algo aconteça, tomando a iniciativa.”

Os evangelhos nos apresentam diversas situações onde Pedro demonstra sua vontade de agir, de acertar, de agradar ao Mestre. Começando por seu chamado, quando Jesus realiza o milagre da pesca maravilhosa e em seguida o convida a segui-lo, vemos um discípulo pronto a largar seus maiores interesses para fazer a vontade de Jesus.

Quantas vezes Jesus nos chama para o serviço, para seguir seus passos, fazer sua vontade, mas continuamos os mesmos, sentados e confortáveis em nossas poltronas, na tão calorosa e desejada “zona de conforto”.

Pedro andou sobre as águas. Você conhece mais alguém (que não seja Deus, é claro) que teve tal experiência? Daí você pode me dizer, ah, mas ele afundou em seguida, e eu te digo que é verdade, porém aquele homem não tinha medo das consequências de se estar ao lado de Cristo. É bem verdade o fato de que sua fé vacilante o fez engolir uns bons bocados de água, porém naquele dia ele aprendera o valor e o poder da fé em Jesus.

O Senhor nos desafia a provar o sobrenatural, e não penso nisso apenas como algo espetacular e glorioso, mas como tudo o que foge do entendimento humano. Ele me convida a ser confiante em meio às crises, feliz em meio às dores, esperançoso defronte a tragédias. Quer algo mais sobrenatural que isso? Porém é preciso que eu decida descer do barco da minha descrença para andar com fé ao lado de Jesus.

Ser proativo é não se conformar com o mundo como ele é, tendo o desejo de mudanças, errando, acertando, mas nunca deixando de levar ao mundo a mensagem do evangelho que pode fazer total diferença as pessoas perdidas. Pedro é repreendido por Jesus quando diz que o Mestre não poderia ser morto e crucificado, não conseguia digerir a ideia de seu Senhor sofrendo e sendo publicamente humilhado. Apesar de suas palavras equivocadas vemos que seu coração não havia se desviado do propósito, pois um pouco mais a frente, quando Jesus pergunta a seus discípulos quem eles achavam que Ele era, Simão Pedro cheio do Espírito Santo responde prontamente: “Tu és o Cristo”.

E é esse mesmo Espirito Santo que faz com que o homem que havia negado a Jesus para alguns, proclame a outros milhares o evangelho que Ele deixou. Depois do Pentecostes, muitos zombavam e diziam que aqueles homens estavam bêbados e não sabiam o que diziam. Quem então poderia defender a fé cristã e ensinar a eles a Verdade do Evangelho?

Enquanto provavelmente os outros decidiam entre si quem tinha maior capacidade, Pedro se levanta e começa a discursar, ensinando, exortando, pregando o evangelho do arrependimento e da salvação, o resultado é eminente, mais de três mil almas alcançadas, impactadas e transformadas.

Como ouvirão se não há quem pregue? Essa é a pergunta para cada um de nós cristãos. A responsabilidade de levar e defender a são doutrina aos povos é nossa, cabe a nós essa proatividade, essa iniciativa. Não se conforme em ser um mero expectador, não faça apenas parte do reino, mas faça sua parte para que o reino de Deus seja expandido e conhecido em toda a terra.

É hora de sair de nossa zona de conforto e fazer acontecer, na certeza de que Deus fará as sementes brotarem, mas nós precisamos plantar.

por Ricardo Rodrigues