Superstição Evangélica

“Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.” 2 Timóteo 4:3-4

Parece brincadeira discutirmos isso nesta altura do campeonato, mas a superstição há alguns anos invadiu diversas denominações evangélicas e tem induzido muitos ao erro desde então. Segundo o Wikipédia, superstição é a crença sobre relações de causa e efeito que não se adequam à lógica formal, ou seja, são contrárias à racionalidade.

Apesar de parecer, superstição não tem nada a ver com fé. Lembremos que fé é o firme fundamento daquilo que esperamos e a prova daquilo que não vemos. Hb 11:1, além disso, ela é baseada na própria Palavra de Deus, …pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Cristo. Rom 10:17. Os mitos ou superstições foram e ainda são criados por homens, por simples ignorância ou com fins lucrativos.

As superstições estão presentes no dia a dia de muitos cristãos sem que eles ao menos percebam. O que dizer de deixar a Bíblia aberta no Salmo 91 com o intuito de trazer alguma proteção ou boa sorte? Você já viu isso em algum lugar? Ou ainda outros que usam a expressão “tá amarrado” como forma de precaução ou livramento das obras do diabo. Você consegue encontrar em algum relato bíblico Jesus amarrando algum demônio? Pensemos a respeito.

Há hábitos que, apesar de parecerem inofensivos, tornam-se viciosos e perigosos, como o fato de trocarmos uma leitura aprofundada da Palavra para lermos o versículo diário de nossa caixinha de promessas. Apesar de conterem versículos bíblicos, induzem muitos ao erro de que são suficientes como alimento espiritual diário em suas vidas, outros ainda consideram a leitura como uma espécie de mantra de proteção para o restante do dia.

Pior que isso são os patuás evangélicos, sal, galhos de arruda, sessões do descarrego e afins, costumes amplamente repudiados pelos reformistas protestantes dos séculos passados. Parece inacreditável, mas existem pessoas que ainda acreditam que precisam tomar um copo de água ungido para se purificar. Muitos deixam de lado os ensinamentos bíblicos e os trocam por fórmulas aparentemente mais fáceis de se conseguir o resultado esperado.

Outra heresia amplamente divulgada é a tal de maldição hereditária. A falta de conhecimento bíblico e a má interpretação da Palavra aliados a pastores e pregadores entusiastas jogam no lixo toda a importância e poder da morte de Cristo na cruz.

Voltemos então a Palavra: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” 2 Coríntios 5:17

Meu querido amigo, guarde bem essa verdade e fique tranquilo, quando entregamos nossa vida a Cristo morremos para o mundo e renascemos com Ele, temos então uma nova vida, não existe necessidade de quebrar uma maldição se Cristo diz que nossa vida começa quando nos encontramos com Ele e todo nosso passado é esquecido e deixado para trás.

O que devemos sempre lembrar é que o Senhor condena a supersticiosidade, não acredite em tudo o que você ouve, não acredite em mim, no seu pastor ou seu líder de estudos, acredite na Bíblia, somos passíveis ao erro, mas ela é infalível. Por isso questione, estude, veja se o que é pregado é condizente com aquilo que ela nos ensina.

“Deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé.” 1 Timóteo 1:4

por Ricardo Rodrigues